Internet fixa em Portugal é das mais rápidas do mundo. A móvel, nem por isso

Os três países mais bem posicionados na rede fixa são Singapura, Coreia do Sul e Hong Kong. Portugal surge em 29.º lugar.

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Na rede fixa, Portugal fica acima de países como a Irlanda ou a Áustria LUSA/RITCHIE B. TONGO

O acesso à Internet fixa em Portugal é um dos mais rápidos do mundo, com o país a ficar entre os 30 países mais bem posicionados num ranking mundial da Speedtest – um teste da velocidade de conexão à Internet feita em tempo real, produzido pela empresa de medição de redes Ookla. Na rede móvel, os resultados são menos animadores: Portugal fica em 52.º lugar, quase a meio da tabela.

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O acesso à Internet fixa em Portugal é um dos mais rápidos do mundo, com o país a ficar entre os 30 países mais bem posicionados num ranking mundial da Speedtest – um teste da velocidade de conexão à Internet feita em tempo real, produzido pela empresa de medição de redes Ookla. Na rede móvel, os resultados são menos animadores: Portugal fica em 52.º lugar, quase a meio da tabela.

No que toca à velocidade de acesso fixo à Internet, Portugal surge em 29.º lugar, entre 133 países: a velocidade média de download na rede fixa em Portugal é de 42,44 Megabits por segundo (Mbps), menos 111,94Mbps do que o primeiro posicionado, a Singapura. Na rede móvel, Portugal fica em 52.º lugar (em 122 países), com uma velocidade média de download de 19,86Mbps.

O ranking global — feito com base em milhões de testes feitos pelos utilizadores — analisa a velocidade da Internet em vários países, ordenando as nações da mais rápida para a mais lenta, em dois campos distintos: a internet móvel e a internet de banda larga fixa. Os dados presentes neste artigo são referentes ao mês de Julho, já que os relatórios são actualizados no início de todos os meses, com base no mês anterior.

Os três países mais bem posicionados na rede fixa são a Singapura (154.38Mbps), a Coreia do Sul (125.69Mbps) e Hong Kong (117.21 Mbps). A Venezuela é o país com menor velocidade no acesso fixo à Internet, contando 3,20Mbps de download. No referente à rede móvel, os três países mais bem classificados são a Noruega (52,59Mbps — mais 32,73Mbps do que Portugal), a Holanda (46,94Mbps) e a Hungria (46,24Mbps); o Iraque fica em último, com 3,03Mbps de download.

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Gráfico relativo a Portugal (rede móvel à esquerda, banda larga à direita) retirado do Speedtest Global Index DR

No acesso através de banda larga fixa, Portugal registou no mês de Julho uma velocidade média de download de 42,44Mbps, com uma velocidade média de upload de 21,78Mbps. Isto faz com que fique abaixo de países como a Espanha, a Islândia e a Suíça e acima de países como a Irlanda, a Áustria e o Brasil. A velocidade de download refere-se à rapidez com que é transferido um conjunto de dados de um servidor para o equipamento e a velocidade de upload àquela com que conjunto de dados é transferido do dispositivo para um servidor.

Na rede móvel, onde não se encontra tão bem posicionado, Portugal regista uma média de download de 19,86Mbps e 8,43Mbps de velocidade média de upload — países como a França, Qatar e Malta ficam acima de Portugal, e abaixo dele ficam outros países como o Japão, o Uruguai e a Colômbia. Em Junho, Portugal registava uma velocidade média ligeiramente superior nos dois tipos de acesso.

Teste útil para medir discrepância com valores contratuais

Ainda que a empresa faça a medição em 190 países, nem todos entram no ranking já que a empresa definiu que, para estar listado, um país tem de ter um mínimo de 3333 testes feitos na rede fixa ou mais de 670 testes feitos na rede móvel.

Este tipo de testes individuais pode ser útil para analisar se existe uma discrepância do resultado dos testes e da velocidade contratada com as empresas fornecedoras de Internet.

Para resultados mais fiáveis nos testes de medição de velocidade, há uma série de medidas que podem ser tomadas: durante o teste, devem estar desligados outros equipamentos que utilizem o mesmo acesso à Internet, assim como outras páginas e programas; se a ligação for Wi-Fi, deve estar-se o mais próximo do router quanto possível e, por fim, pode optar-se por fazer o teste em mais do que uma ocasião. O teste pode ainda ser influenciado pela presença de malware ou pelo próprio sistema operativo ou browser utilizado.

Uma ferramenta similar em Portugal

Em Portugal existe um teste similar ao Speedtest: é uma ferramenta da Anacom lançada em 2013, chama-se net.mede (o nome é o próprio endereço do site) e faz uma análise da velocidade de download, upload e latência.

De acordo com os mais de 29 mil testes residenciais feitos neste site em acesso fixo, desde 7 de Junho deste ano, mais de metade tinha uma latência inferior a 34 milissegundos, havendo, ainda assim, mais de 17% de utilizadores com um tempo de reacção superior a 100 milissegundos. A latência – conhecida por ping, em inglês – é o tempo de reacção (medido em milissegundos), isto é, o tempo que um conjunto de dados demora a ir do dispositivo até ao servidor e voltar, um factor que ganha importância acrescida em jogos online, por exemplo. Quanto menor a latência, melhor a qualidade da ligação.

 Em relação à velocidade de upload, 67% registava menos de 15Mbps, havendo unicamente 15,8% com uma velocidade superior a 50Mbps. A velocidade de download encontra-se ligeiramente mais equilibrada: ainda que uma grande parte (40,9%) tenha uma velocidade inferior a 16Mbps, há 31,5% de utilizadores que registam uma velocidade superior a 50Mbps (com 27,7% que oscila entre os 16 a 50Mbps).

No acesso móvel, a amostra é bem mais reduzida – foram somente feitos 1620 testes – e os resultados são igualmente menos animadores: a velocidade de download é em 76,9% dos casos inferior a 16Mbps e a velocidade de download é, em 88,6% dos casos, inferior a 16Mbps, pelo que os resultados não diferem muito dos apresentados pela Speedtest.

Na latência os resultados são melhores: a maioria (55,4%) regista um tempo de latência menor do que 68 milissegundos; ainda assim, 15,4% dos utilizadores que fizeram um teste registavam um número superior a 200 milissegundos.