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06 março 2020 às 12h15

Medicina tradicional chinesa está a ser utilizada no tratamento do Covid-19

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João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.

TSF

Por razões óbvias e que todos compreenderão, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) está a ser um dos recursos no tratamento de pacientes infetados com o novo coronavírus. Não pretendo e não quero fazer a sua apologia, bem como sugerir que a sua utilização é mais eficaz ou adequada do que a medicina ocidental. Pura e simplesmente quero deixar aqui registadas algumas notas acerca de uma singularidade deste surto epidémico.

Lu Hongzhou, diretor do centro clínico de saúde pública de Xangai, onde estão a ser tratados casos confirmados, afirma que a MTC ajuda a aliviar os sintomas da febre em tratamentos respiratórios e gastrointestinais. "Através do tratamento com a MTC, testemunhamos uma melhoria da força mental e física da maioria dos pacientes, permitindo que muitos recuperem rapidamente e recebam alta do hospital", disse Lu, que também faz parte da equipa nacional de especialistas designados para o combate ao Covid-19.

E continua: "Mais de 90% dos pacientes que receberam alta na nossa clínica foram submetidos a terapias da MTC". Afirma que nesta última quarta-feira, 4 de março, a taxa de pacientes curados em Xangai atingiu os 88%.

Xu Guihua, medico de MTC do Hospital Shuguang, da Universidade de Medicina Tradicional Chinesa de Xangai, especializado em doenças respiratórias, disse que cerca de um terço dos pacientes com pneumonia por coronavírus experimentam diferentes graus anormais da função hepática. No entanto, as suas condições melhoram significativamente através do tratamento com esta disciplina chinesa.

No dia 15 de fevereiro, uma equipa de 122 especialistas de MTC de Xangai veio para Wuhan, para realizar tratamentos a pacientes infetados recorrendo à combinação de medicamentos tradicionais e de medicamentos convencionais. Esta equipa está a cuidar de doentes graves internados no novo Hospital Leishenshan, que foi construído no tempo recorde de dez dias no passado mês de fevereiro, dedicado ao tratamento de doentes infetados com o Covid-19.

João Pedrosa em Wuhan (6 de março de 2020)

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