Está a dar uma visão otimista, há jovens engenheiros com 800 euros. Isso é grave. Mas há que analisar o problema da economia: tudo quanto são concursos públicos é adjudicado a preços baixíssimos, anormalmente baixos. É um dos motes da minha campanha, estamos a adjudicar obras públicas à loja do chinês. Tem de se mudar isso, pondo o fator qualidade nas adjudicações. Quando se entrega uma proposta, deve entregar-se em duas partes independentes e sigilosas: uma com a qualidade e outra com o custo. E só depois de considerada a primeira se deve abrir o custo. Se não, os decisores, com medo de serem recriminados, vão sempre pelo preço mais baixo e isso leva as empresas a trabalhar no limite, na corda bamba, e sem poderem pagar melhor. Pode dizer-se que se começamos a subir preços na adjudicação vai começar a faltar dinheiro, mas isso é porque não se pensa que as obras não são feitas para a inauguração mas para durar 50 anos, tem de se pôr ali os custos da manutenção. Se tiverem mais qualidade inicial, vai poupar-se. O custo global da obra nem vai aumentar.