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Arara-azul-grande

Arara-azul-grande: Exuberante em suas cores e no seu porte, a Anodorhynchus hyacinthinus é encontrada principalmente no Brasil, mas também na Bolívia e norte do Paraguai. Já esteve mais ameaçada de extinção, mas ainda é considerada vulnerável.
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Arara-azul-grande, uma das mais belas aves

29/3/2022 ::  Marco Pozzana, biólogo

Esta ave imponente é considerada como um dos símbolos da fauna brasileira, ao lado da onça pintada, lobo-guará, tamanduá-bandeira, entre outros. Isso porque, cobiçada por sua cor azul cobalto, virou alvo de traficantes de animais e foi exportada para diversos lugares do mundo, tornando-se um animal mundialmente famoso.

Animal domesticado

Já esteve muito próxima da extinção, quando em 1988, a população total da espécie foi estimada em somente cerca de 2500 indivíduos. Todavia, é considerada ameaçada na natureza. Em 2014, com uma melhora do número das populações, foi reclassificada como ‘vulnerável’ pela IUCN.

Presente sobretudo no Brasil, nos estados de Mato Grosso (Pantanal), Mato Grosso do sul, Tocantins (Cariri do Tocantins), Goiás (rio Tocantins), Minas Gerais (médio São Francisco), Bahia (alto rio Preto), sul do Piauí (Corrente) e no Maranhão, Pará (Transamazônica e leste do Estado) e Amapá (próximo ao rio Amazonas).

Características

Considerada uma ave social, a A. hyacinthinus é normalmente encontrada formando bandos. A bela plumagem azul cobalto juntamente com os detalhes em amarelo em torno dos olhos e na base da mandíbula fazem dela um alvo para o tráfico de animais. Trata-se da maior espécie do grupo dos psitacídeos.

São aves inteligentes, e durante a alimentação, um indivíduo fica com o papel de sentinela, em alerta para sinais de perigo. São vistas voando, andando no solo, ou penduradas em galhos de árvores e cachos de frutos das palmeiras. Também brincam entre si, usando galhos, flores e folhas. Tem importante papel como dispersoras de sementes.

O casal divide as tarefas nos cuidados com o ninho e os filhotes, até mesmo filhotes de outras aves do bando. São animais monogâmicos, com somente um parceiro ao longo do seu tempo de vida. Depois da morte de um dos indivíduos, normalmente o animal remanescente não forma outro casal. Podem viver por mais de 50 anos.

arara-azul-grande
A. hyacinthinus © Bernard DUPONT

Conservação: Anodorhynchus hyacinthinus(Latham, 1790)

Arara-azul-pequena
Arara-azul-pequena

A conservação da arara-azul-grande é menos preocupante do que a da arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), espécie endêmica do Raso da Catarina, nordeste do estado da Bahia. Está ameaçada pelo tráfico de animais e degradação de seu habitat, com uma população estimada em somente cerca de 1200 indivíduos.

A preocupação com a arara-azul-grande é focada na preservação do seu habitat, além do controle do tráfico ilegal de animais. É triste lembrar o que aconteceu com a arara-azul-pequena (Anodorhynchus glaucus), linda ave que não é vista na natureza há mais de 80 anos.

Fontes e referências:
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