Clonagem

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EPO.041.10

ÁREA DE INTEGRAÇÃO MÓDULO 2, TEMA 1: FINS E MEIOS: QUE ÉTICA PARA A VIDA HUMANA? TURMA: EAC 14.17 REFLEXÃO CRÍTICA DO TEMA: Clonagem NOME: Samuel dos Santos Ferreira Nº3196 Turma: EAC 14.17

O CONCEITO

O termo clone foi criado em 1903 pelo botânico Hebert J. Webber enquanto pesquisava plantas no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Segundo Webber, clone provém do grego klón que significa broto vegetal.

Este termo designa um conjunto de células, moléculas ou organismos descendentes de uma outra célula e que são geneticamente idênticas à célula original.

Desta forma, a clonagem é um processo de reprodução assexuada onde são obtidos indivíduos geneticamente iguais (microorganismo, vegetal ou animal) a partir de uma célula mãe.

É um mecanismo comum de propagação de espécies de plantas, bactérias e protozoários. Em humanos, os clones naturais são gémeos univitelinos, seres que compartilham do mesmo DNA, ou seja, do mesmo material genético originado pela divisão do óvulo fertilizado.

TIPOS DE CLONAGEM

Natural - a clonagem natural ocorre espontaneamente na natureza, sendo comum em diversas espécies. É natural em todos os seres originados a partir de reprodução assexuada, ou seja, na qual não há participação de células sexuais (gâmetas), como é o caso das bactérias, da maioria dos protozoários e algumas leveduras.

A docente: Margarida Rodrigues


A clonagem natural também pode ocorrer em mamíferos, como no tatu. Nos dois casos, embora haja reprodução sexuada na formação do zigoto, os descendentes idênticos têm origem a partir de um processo assexuado de divisão celular.

Induzida - A clonagem induzida artificialmente é uma técnica da engenharia genética ligada à pesquisa científica. Nesse caso, o termo aplica-se a uma forma de reprodução assexuada produzida em laboratório, de forma artificial, baseada num único património genético. A partir de uma célula-mãe, ocorre a produção de uma ou mais células (idênticas entre si e à original), que são os clones. Os indivíduos resultantes desse processo terão as mesmas características genéticas do indivíduo «doador», também denominado «original». Por fim, existem dois tipos de clonagem humana: a clonagem terapêutica e a clonagem reprodutiva.

Reprodutiva - Uma célula somática é introduzida numa célula retirada de um animal (ou humano), logo após a ovulação. Antes de introduzir a célula somática, o cientista remove os cromossomas da célula recipiente. Após a introdução, as células se fundem, assim a célula começará a formar um embrião

colocando

A docente: Margarida Rodrigues

no

útero

da

"mãe-de-aluguer".


Em Maio de 2013, uma equipe de cientistas norte-americanos da Universidade de Ciência e Saúde de Oregon, sob a coordenação do Dr. Shoukhrat Mitalipov, conseguiu pela primeira vez clonar embriões humanos e obter células tronco embrionárias, através de uma técnica chamada de transferência nuclear, que deu origem no passado à ovelha Dolly e outros animais. O caso da ovelha Dolly comprova que é possível restituir às células adultas o poder de, uma vez novamente programadas para tal, se transformar mais uma vez em células-tronco. Foi esse fator que permitiu a criação deste clone, a partir do DNA extraído de uma célula mamária madura.

Terapêutica - é um procedimento cujos estágios iniciais são iguais á reprodutiva, mas que difere no fato do blastocisto não ser introduzido no útero, é utilizado em laboratório para a produção de células a fim de produzir tecido ou orgãos para transplante.

A clonagem terapêutica é um procedimento cujos estágios iniciais são idênticos à clonagem para fins reprodutivos mas que difere no facto do blastocisto não ser introduzido no útero: é utilizado em laboratório para a produção de células-tronco, a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. A clonagem terapêutica envolve a clonagem de células de um adulto para uso em medicina e é uma área ativa de pesquisa, enquanto a clonagem reprodutiva implicaria fazer clones humanos. A Clonagem reprodutiva ainda não foi realizada e é ilegal em muitos países. A Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia proíbe expressamente a clonagem humana reprodutiva para todos os países e instituições membros da União Europeia.

A docente: Margarida Rodrigues


ASPETOS A FAVOR DA CLONAGEM HUMANA . A possibilidade de que, através da tecnologia da clonagem, se possa renovar a actividade de células danificadas, substituindo-as por células novas crescidas em culturas;

. A capacidade de criar seres humanos com a mesma informação genética para actuarem como doadores de órgãos;

. O beneficio de estudar a diferenciação celular ao mesmo tempo que a clonagem é estudada e desenvolvida;

. Os casais inférteis terão a possibilidade de ter filhos com a informação genética de um dos pais e poderiam, assim, deixar de ser usadas as técnicas actuais de fertilização in vitro, produzindo, deste modo, indivíduos relacionados a eles mesmos;

. Os cientistas esperam que as células estaminais humanas possam abrir caminho a novos tratamentos para doenças que de outra forma seriam incuráveis, tais como a doença de Parkinson e Alzheimer, doenças cardíacas, paralisia, acidentes vasculares cerebrais e diabetes. Esperam, assim, substituir as células danificadas do cérebro ou do corpo através da utilização de uma técnica de transplante de células estaminais – técnica da clonagem terapêutica.

ASPETOS CONTRA A CLONAGEM HUMANA

. A possibilidade de comprometer a individualidade – As crianças tornar-se-iam como qualquer outra comodidade que adquirimos: tamanho, cor e outros traços seriam predeterminados pelos pais. O mistério da individualidade humana seria uma coisa do passado. Para além disso, crianças que forem clones de pessoas que já faleceram poderão ser consideradas meramente a continuação da vida daqueles que já se foram;

. A perda da variabilidade genética; A docente: Margarida Rodrigues


. Um mercado negro de fetos pode surgir, de dadores “desejáveis” que queiram clonar-se a eles próprios, como estrelas de cinema, atletas e outros;

. A técnica da clonagem de mamíferos revela-se muito pouco eficaz em termos de sobrevivência dos embriões;

. A tecnologia não está ainda bem desenvolvida, tendo uma baixa taxa de fertilidade (para clonar a Dolly foram produzidos 277 ovos, 30 começaram a dividir-se, 9 induziram a gravidez e apenas 1 sobreviveu);

. Envelheceriam rapidamente – os poucos clones que sobrevivem ao processo costumam não ter vida longa ou saudável;

. A grande maioria das tentativas de clonagem de um animal resultou em embriões deformados ou em abortos após a implantação. Muitos cientistas defendem que os poucos animais clonados nascidos apresentam malformações que não são detectáveis através de exames ou de testes no útero como, por exemplo, deformações ao nível do revestimento dos pulmões;

. As crianças poderiam morrer no parto, e, se isso não acontecesse, maioritariamente, morreriam prematuramente;

. Normalmente, nascem com deficiências físicas ou malformações fatais, tais como, insuficiências respiratórias e imunológicas, problemas cardiovasculares, malformações renais e deficiências mentais;

. Até a chegada da Dolly, vários fetos morreram durante a gestação ou logo após o nascimento, e alguns desses tinham sérias anomalias;

. Há sempre uma questão religiosa relativa à clonagem de seres humanos. Muitos acreditam que a criação de vida é assunto exclusivo do Criador. Eles acreditam que a vida é uma dádiva Divina, que deveria estar além dos poderes humanos. A Igreja acredita que a alma é criada no momento da concepção, e por isto o embrião merece protecção. Para aqueles que concordam com a Igreja, a tecnologia não aperfeiçoada da clonagem significa assassinato em massa;

. A clonagem de seres humanos pode causar graves efeitos nos nossos relacionamentos familiares. A docente: Margarida Rodrigues


POSIÇÃO PESSOAL

Na minha opinião, a clonagem humana é, por um lado, aceitável, pois é muito positivo para os casais inférteis.

Podemos comparar a situação dos casais inférteis à situação dos paraplégicos. Se os paraplégicos não conseguem andar de forma natural, têm o direito de andar de uma forma não natural, isto é, de cadeira de rodas. Se os casais inférteis não conseguem reproduzir de forma natural, têm o direito a reproduzirem-se de uma forma não natural, ou seja, através da clonagem.

Para além deste aspeto, é muito importante saber que a clonagem pode auxiliar no desenvolvimento de métodos contraceptivos mais eficientes e menos prejudiciais à saúde da mulher, pode ajudar a perceber o desenvolvimento de doenças mortais como as doenças associadas aos tumores malignos e pode ajudar na prevenção e na cura de muitas doenças.

Por outro lado, não considero positivo a clonagem humana quando se trata de reproduzir outro ser igual a outro. Seria uma confusão para as famílias (exemplo do filme “GodSend”) e essa pessoa nunca seria um individuo, mas a reprodução de outro que já tinha existido. Seria uma forma de substituir alguém que já partiu mas a verdade é que ninguém é substituível. Poderia ter o mesmo corpo mas não teria o mesmo caráter.

Para além disso, quando não é para fins terapêuticos, a clonagem humana é um processo de reprodução anti-natural. Tendo em conta os aspetos positivos e negativos da clonagem humana, penso que a técnica da clonagem humana deve continuar a ser desenvolvida, mas é necessário que os cientistas sejam vigiados e que sejam feitas reflexões regulares sobre os impactos negativos que a clonagem pode ter no equilíbrio da sociedade.

A docente: Margarida Rodrigues


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