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A Amazônia desempenha um papel central no futuro do planeta, conservar a floresta em pé e explorá-la de maneira sustentável é essencial no contexto do combate às mudanças climáticas e para levar a economia brasileira a um novo patamar.

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Por que manter a floresta em pé

Diversos estudos e levantamentos mostram que manter a floresta em pé é vantajoso em vários aspectos. O mais importante deles talvez seja o potencial econômico da floresta em pé.

O artigo científico publicado na revista World Development – Conserving the Cerrado and Amazon biomes of Brazil protects the soy economy from damaging warming – mostra que (no contexto da produção de soja no cerrado e na Amazônia), o desmatamento voltado para a implementação de lavouras gerou uma perda de US$ 1.3 bilhão ao ano, entre 1985 e 2012. Com o aceleramento da crise climática, esse número pode chegar a US$ 4 bilhões por ano até 2050.

Já o estudo Reflorestamento com espécies nativas: Estudo de casos, viabilidade econômica e benefícios ambientais, feito pela Coalizão Brasil, traz mais dados muito relevantes sobre isso.

Por exemplo: o cultivo de espécies nativas de árvores pode gerar um retorno sobre o investimento (ROI) de até 28,4% ao ano. Diante de um cenário em que a degradação do meio ambiente ainda aumenta no País, a própria restauração da flora nativa brasileira – além de madeira, espécies fontes de alimentos, óleos e outros insumos – desponta como oportunidade de renda para os produtores.

Mas manter a Amazônia em pé não deve ser uma necessidade encarada apenas do ponto de vista dos ganhos financeiros diretos.

O mesmo estudo mostra que a manutenção e a restauração das espécies nativas trazem ganhos como:

  • Preservação e melhoria dos recursos hídricos, conservando as matas ciliares e evitando fenômenos como erosão das margens e assoreamento dos rios. Isso é fundamental em uma região que depende dos rios como fonte de água, para navegação de cargas e pessoas, para pesca e para geração de energia.
  • Proteção contra incêndios, uma vez que a Amazônia é uma floresta densa, alta, sempre verde e, acima de tudo, muito úmida. Quando mantida em pé, ela ajuda a evitar que possíveis focos de incêndio extrapolem campos agrícolas e pastagens para áreas de preservação, por exemplo.
  • Respeito à biodiversidade. Estima-se que a floresta amazônica possua cerca de 20% da biodiversidade do planeta. Isso representa uma fonte inestimável para o desenvolvimento de cadeias de bioeconomia e de tecnologias verdes que ajudem a mantê-la de pé e a gerar valor a partir dessa variabilidade, fugindo das grandes áreas de monocultura.
  • Respeito às comunidades tradicionais. A Amazônia não é lar apenas de plantas e animais, mas de pessoas: são povos que vivem há séculos no bioma e criaram uma relação eternamente benéfica com a floresta. Manter a Amazônia em pé é respeitar o direito dessas comunidades à terra. Mais do que isso: a partir da bioeconomia, é possível integrá-las às cadeias produtivas, respeitando sua realidade, aprendendo com seus saberes e devolvendo renda e oportunidades.

Leia mais: Capacidade amazônica: o potencial da bioeconomia para o desenvolvimento dos negócios

Benefícios da Amazônia em pé

Os dados não deixam mentir: a Amazônia em pé é um dos melhores negócios que o Brasil pode fazer, principalmente no contexto global atual. O País só tem a ganhar com a preservação da floresta (e de outros biomas), por exemplo:

Combate à crise climática

O estudo da Coalizão Brasil traz outro dado inconteste sobre as vantagens da floresta em pé: as espécies nativas reduzem a pegada de carbono, retirando até 12 toneladas de dióxido de carbono da atmosfera por hectare todos os anos.

Já uma matéria recente do jornal Valor Econômico traz que a Amazônia em pé, a partir do fim do desmatamento ilegal, conseguiu evitar o despejo de 21 bilhões e toneladas de CO² na atmosfera até 2050.

Geração de empregos verdes

A bioeconomia da floresta em pé também gera oportunidades. A integração de povos originários e comunidades locais nas cadeias produtivas é apenas um exemplo. Mas há também a criação de novos postos diretos e indiretos relacionados às atividades que serão desenvolvidas na Amazônia, além de novas funções necessárias para preservar ou restaurar o bioma. 

Desenvolvimento econômico

O jornal Valor Econômico mostra ainda que zerar o desmatamento ilegal na Amazônia poderia agregar até US$ 100 bilhões anuais ao PIB brasileiro por meio de atividades agroflorestais.

Para se ter uma ideia, por meio da bioeconomia, priorizando a produção de baixo carbono, é possível gerar US$ 284 bilhões todos os anos, até 2050, de faturamento industrial adicional. As estimativas são da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI), que considera ações conjuntas dos setores do agronegócio, de alimentação, farmacêutico, de cosméticos e de genética.

E manter a floresta em pé é, sabidamente, a forma mais barata de reduzir as emissões na atmosfera: estima-se que o investimento necessário anual para o desenvolvimento da economia sustentável na floresta seja de cerca de US$ 10 bilhões. Ou seja, a solução do problema é muito mais barata do que a floresta pode gerar.

Além disso, diante do aquecimento do mercado de carbono, a conservação da floresta em pé poderia, inclusive, se tornar uma fonte de renda e, consequentemente, seu desenvolvimento econômico para o Brasil.

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