Bumpa – O Vaso dos Tesouros

O Bumpa, ou Vaso dos Tesouros, foi escolhido como símbolo da campanha “Por uma sociedade iluminada”.


BUMPA_ArtistLaszloKis_265px(1)Na iconografia sagrada tibetana existem oito símbolos especiais, chamados auspiciosos – imagens que trazem boa sorte e esperança a quem as faz ou apenas as admira.

Segundo as escrituras, esses símbolos foram ofertados a Buda Sakyamuni depois de sua iluminação, como forma de reverenciá-lo. Cada um deles traz implícito os principais atributos de Buda e sua filosofia.

Um deles é o Bumpa, o qual pode ser traduzido por Vaso Precioso, Vaso Auspicioso, ou ainda Vaso do Tesouro ou Vaso da Riqueza. Ele simboliza prosperidade, sabedoria e riquezas como boa saúde, longa vida e conforto material.

Vaso do Tesouro, ou Vaso Precioso – aquarela e gouache
feito pelo artista Laszlo Kis especialmente para
a campanha “Por uma Sociedade Iluminada”
do Centro Shambhala de Meditação de São Paulo.

Os Oito Símbolos Auspiciosos

No budismo do Tibete, os símbolos são uma parte da vida diária. Nos primeiros séculos, as estátuas de Buda não estavam em uso; arte budista usou símbolos para representar os ensinamentos do Buda.

Há oito símbolos centrais do budismo tibetano conhecido como os “Oito Símbolos Auspiciosos”. Você vai encontrá-los em todos os lugares no Tibete e nas comunidades em exílio. Eles são tradicionalmente oferecidos aos professores durante as cerimônias de vida longa e são usados ​​em várias formas de arte ritual. Acredita-se que cada um dos símbolos tibetanos representa um aspecto de ensinamentos do Buda e quando aparecem todos juntos os seus poderes são multiplicados.

Aqui está uma explicação de cada um:

1. O Precioso Guarda-Sol, onde a frescura da sua sombra simboliza a proteção de doenças, forças negativas, obstaculos e todo o tipo de sofrimento.

tibetan-symbols22. Peixes Dourados, representados por dois peixes na vertical com suas cabeças voltadas um para o outro. Simbolizam a felicidade dos seres sem medo, sem o sofrimento do Samsara, pois os peixes têm liberdade completa na água. Representam a fertilidade e a abundância, já que se multiplicam rapidamente.  Muitas vezes são dados como presente de casamento.

3. Vaso de Tesouros sem fim, ou Bumpa, é representado por um recipiente bojudo com um pescoço curto e esguio e uma jóia no topo. Possui a qualidade das manifestações espontâneas: por mais que se esvazie o vaso, este mantêm-se sempre cheio.
Simboliza uma vida longa, riqueza e prosperidade e todos os beneficios deste mundo e da libertação.

4. Lótus, a flor de lótus denota pureza mental e espiritual e é um lembrete pungente dos ensinamentos do Buda. O crescimento do lótus na lama e através da água, seu descanso final sob a luz do sol, simboliza o progresso da alma ou da mente através da lama do materialismo, as águas de experiência e para o sol da iluminação.

5. A Concha denota a fama dos ensinamentos do Buda, proclama a verdade dos ensinamentos do Dharma. Ela é usada para chamar o sangha e serve como um instrumento musical e como um recipiente de água benta.

6. Nó Eterno, um ornamento gráfico fechado compreendendo linhas entrelaçadas que se sobrepõem, sem começo nem fim, simboliza a infinita sabedoria e a eterna compaixão de Buda. Ele representa a continuidade como a base da realidade da existência.

7. Estandarte da Vitória denota a vitória do ensinamento do Buda e do triunfo da sabedoria sobre a ignorância.

8. Roda é um dos símbolos mais importantes do budismo tibetano e representa continuidade e mudança, num movimento circular eterno. Adoptada pelo budismo como o simbolo dos ensinamentos de Buda. O movimento da roda simboliza a rápida transformação espiritual revelados nos ensinamentos de Buda, o ultrapassar de todos os obstaculos e ilusões.

8_symbols_in_one

8 Simbolos Auspiciosos

“Tradicionalmente, existem três tipos de generosidade. O primeiro é generosidade comum, dando bens materiais ou provendo conforto aos outros. A segunda é o presente do destemor. Você tranquiliza os outros e os ensina que eles não têm de se sentir completamente atormentados e apavorados (…) Você os ajuda a ver que há bondade fundamental e prática espiritual (…) O terceiro tipo de generosidade é o presente do dharma. Você mostra aos outros que há um caminho que consiste de disciplina, inteligência, meditação e ou conhecimentos. Através de todos os três tipos de generosidade, você pode abrir as mentes de outras pessoas de maneira que seu fechamento, miséria, e pensamento pequeno podem ser transformados em uma visão mais ampla.”

— Training the Mind and Cultivating Loving-Kindness by Chogyam Trungpa, Edited by Judith L. Lief,  Shambhala, Boston & London, 1993 (Tradução livre)