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Por Rafael Faustino, para o Um Só Planeta


Vista aérea de uma área desmatada da floresta amazônica no entorno da rodovia BR-319 na cidade de Humaitá, estado do Amazonas — Foto: Getty IMages
Vista aérea de uma área desmatada da floresta amazônica no entorno da rodovia BR-319 na cidade de Humaitá, estado do Amazonas — Foto: Getty IMages

Apesar do compromisso assumido por centenas de países para diminuir e reverter a perda de floresta até o final da década, o mundo teve uma alta na perda de cobertura florestal durante o ano de 2022. Dados da Global Forest Watch recém-divulgados apontam que, no ano passado, houve um total de 4,1 milhão de hectares perdidos em florestas primárias, 10% mais que a área de 2021.

Distribuída durante o ano, a área desmatada é equivalente a 11 campos de futebol perdidos por minuto em 2022. A devastação resultou em 2,7 gigatoneladas de dióxido de carbono liberadas, equivalentes a todas as emissões de combustíveis fósseis da Índia durante o ano.

O Brasil foi em grande parte responsável por esse cenário: o país respondeu por 1,7 milhão de hectares de floresta desmatada, 43% do total em todo o mundo. Por aqui, a área de floresta primária perdida foi 15% maior que em 2021. Foi também a maior área perdida por causas não relacionadas ao fogo desde 2005 – e a grande maioria dessa perda é atribuída ao desmatamento.

A Global Forest Watch identificou que a maior parte da perda florestal no Brasil aconteceu na Amazônia – principalmente na sua parte oeste, nos estados do Amazonas e Acre. “O estado do Amazonas, que abriga mais da metade das florestas intactas do Brasil, quase dobrou sua taxa de perda de florestas primárias em apenas três anos. As perdas de florestas primárias nesta parte da Amazônia brasileira são principalmente clareiras em grande escala – provavelmente para pastagens de gado – ao longo das rodovias existentes”, destaca a organização.

A perda florestal no Brasil resultou em 1,2 gigatonelada de dióxido de carbono jogados à atmosfera, o que, sozinho, representa 2,5 vezes as emissões do país com a queima de combustíveis fósseis, segundo a GFW. A organização destaca ainda que o desmatamento afeta o regime de chuvas do país, e coloca a Amazônia mais próxima de um “ponto de não retorno”, em direção a uma savanização do bioma.

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De acordo com o estudo, o segundo país que mais contribuiu com a perda de florestas no mundo foi o Congo, com 512,6 mil hectares perdidos – pouco mais de 12% do total. Bolívia, Indonésia e Peru vêm na sequência.

O aumento da perda florestal é especialmente alarmante por ocorrer no primeiro ano depois que 145 países prometeram, por meio da Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, deter e reverter a perda florestal até o final da década, reconhecendo o importante papel das florestas no combate às mudanças climáticas e perda de biodiversidade. “Em vez de declínios consistentes na perda de florestas primárias para atingir esse objetivo, a tendência está se movendo na direção errada”, lamenta a GFW.

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