Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Aves |
Ordem: | Psittaciformes |
Família: | Psittacidae |
Rafinesque, 1815 | |
Subfamília: | Arinae |
Gray, 1840 | |
Espécie: | A. hyacinthinus |
A arara-azul é uma ave psittaciforme da família Psittacidae.
Conhecida também como arara-azul-grande, arara-preta (Mato Grosso), arara-una (“una” significa “negro” em tupi) e arara-hiacinta.
Em 1988 a população total da espécie foi estimada em apenas 2500 indivíduos. Encontra-se ameaçada de extinção devido à destruição de seus hábitats e ao comércio ilegal. Neste ano de 2014 a arara-azul-grande subiu uma posição na lista vermelha da IUCN, agora sendo classificada como "vulnerável" (VU).
Devido ao combate ao comércio ilegal e à criação de reservas ecológicas, o número de indivíduos dessa espécie cresceu um pouco para, aproximadamente, 4000 em 2010. Há ainda programas de conservação no Pantanal para plantio de Manduvi, e distribuição de ninhos artificiais que podem estar contribuindo para o aumento populacional deste Psitacídeo.
Seu nome científico significa: do (grego) anodön = sem dente, desdentado; e rhunkos = bico; e do (latim) hyacinthina, hyacinthinus, com origem no (grego) huakinthos = do jacinto; = referente a flor azul do jacinto europeu. ⇒ (Ave da cor) do jacinto com bico desdentado.
Ela pode atingir 100 centímetros de altura e tem uma envergadura de 140 centímetros. Pesa cerca de dois quilos. Coloração inconfundível, principalmente azul intensa, com diferentes tonalidades. Base do bico e anel ocular nus e de cor amarela, partes internas das asas e cauda negras.
Gigante entre as araras, a arara-azul-grande é considerada o maior representante da família em todo o mundo.
Não possui subespécies.
A Arara-azul-grande tem sua alimentação especializada em frutos de palmeiras. No Pantanal Matogrossense ela se alimenta de coquinhos bocaiúva (Acrocomia totai) e acuri (Schelea phaleata). Na região de encontro entre o Piauí, Tocantins, Maranhão e Bahia, ela se alimenta de piaçava (Atalea funifera) e de catolé (Syagrus cearensis). Já na região de Carajás e Altamira a espécie se alimenta de inajá (Maximiliana regia), de babaçu (Orbignya phalerata), de tucum (Astocarym sp), de gueroba (Syagrus oleracea), de alguns frutos de acuri (Scheelea phalerata) e de bocaiúva (Acrocomia aculeata) (Guedes, 1993; Presti et al., 2009).
No Pantanal, cerca de 90% dos ninhos são encontrados em apenas uma espécie de árvore, o manduvi (Sterculia apetala) e no Pará, em Sterculia pruensis (Guedes, 1993; Presti et al., 2009). Na região nordeste, ela ainda pode usar paredões rochosos para nidificar (Collar, 1997). A arara passa boa parte da vida em casal e põe de 1 a 3 ovos que são incubados por cerca 27 a 30 dias, sendo que geralmente apenas 1 filhote sobrevive. O filhote permanece no ninho em média por 107 dias. Após a saída do ninho, os jovens ainda são dependentes dos pais para alimentação, sendo que a separação deles geralmente ocorre após 12 a 18 meses (Guedes, 1993). Devido a esses fatores a arara faz apenas uma postura por ano, ou por vezes apenas a cada 2 anos.
Na região do Pantanal, são encontradas em áreas abertas, nas matas que possuem palmeiras, enquanto seus ninhos estão localizados na borda ou interior de cordilheiras e capões, bem como em áreas abertas para o pasto. Na região do Pará, utiliza as florestas úmidas, preferindo locais de várzeas ricas em palmeiras. Nas regiões mais secas (TO, PI, MA e BA), é comum encontrá-las em áreas sazonalmente secas, preferindo os platôs e vales dos paredões rochosos, nesta região faz ninhos em ocos de palmeiras (TO), árvores emergentes (PA) ou em falhas de paredões rochosos (PI) (www.projetoararaazul.org.br). Vive em casais, grupos familiares ou pequenos bandos.
Presente sobretudo no Brasil, nos estados de Mato Grosso (Pantanal), Mato Grosso do sul, Tocantins (Cariri do Tocantins), Goiás (rio Tocantins), Minas Gerais (médio São Francisco), Bahia (alto rio Preto), sul do Piauí (Corrente) e no Maranhão, Pará (Transamazônica e leste do Estado) e Amapá (próximo ao rio Amazonas). Encontrada também na Bolívia, próximo da divisa com o Brasil e norte do Paraguai. Reportada como provável para o rio Mapori no sudeste da Colômbia (Vaupés).