As araras-azuis são animais que se destacam pela beleza, tamanho e comportamento. Essa ave está atualmente ameaçada de extinção devido à caça, ao comércio clandestino e à degradação em seu habitat natural por conta do desmatamento.

Características
  • Nome científico: Anodorhynchus hyacinthinu.
  • Espécie ocorre em 11 estados brasileiros (AP, BA, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PI, SP, TO, AM).
  • Está na lista de espécies ameaçadas de extinção.
  • Maior entre os psitacídeos (papagaios, periquitos, araras, maritacas).
  • Chegando a medir um metro da ponta do bico à ponta da cauda.
  • Peso de até 1,3 kg.

Comportamento
  • Gostam de voar em pares ou em grupo.
  • Os casais são fiéis e dividem as tarefas de cuidar dos filhotes.
  • Nos fins de tarde, se reúnem em bandos em árvores “dormitório”.

Alimentação
  • Se alimentam das castanhas retiradas de cocos de duas espécies de palmeira: acuri e bocaiúva.
  • No caso do acuri, aproveitam aqueles caídos no chão, ruminados pelo gado ou por animais silvestres.
  • O coco da bocaiuva é colhido e comido diretamente no cacho.

Habitat
  • No Pantanal, 90% dos ninhos de araras-azuis são feitos no manduvi, árvore com cerne macio. Também são utilizados a Ximbuva (Enterolobium contortisiliquum) e o Angico Branco (Albizia nipioides).
  • As araras aumentam pequenas cavidades no tronco das árvores para fazer seus ninhos.
  • Os ninhos são forrados com lascas que as araras arrancam da árvore.
  • Há disputa com outras espécies por ser difícil encontrar cavidades naturais.

Reprodução
  • Aos sete anos a arara-azul começa sua própria família.
  • Em média, a fêmea tem dois filhotes, mas em geral, só um sobrevive.
  • Ela passa a maior parte do tempo no ninho, cuidando da incubação dos ovos.
  • O macho se responsabiliza por alimentá-la.
  • Na época de incubação, 40% dos ovos são predados por gralhas e tucanos, entre outras aves, ou por algumas espécies de mamíferos, como o gambá.
  •  Passados aproximadamente 28 dias, o ovo eclode.

Os filhotes
  • Nascem frágeis e são alimentados pelos pais até os seis meses.
  • Correm risco de vida até completarem 45 dias, pois não conseguem se defender de baratas, formigas ou outras aves que invadem o ninho.
  • Somente com três meses de vida, quando o corpo está todo coberto por penas, se aventuram em seus primeiros vôos.
  • Na maioria dos casos, só um filhote (o mais forte mais saudável) sobrevive.

Fonte: Instituto Arara Azul
Somente com três meses, quando o corpo está todo coberto por penas, os filhotes de araras-azuis ... 
© WWF-Brasil
Somente com três meses, quando o corpo está todo coberto por penas, os filhotes de araras-azuis conseguem voar
© WWF-Brasil

EXTINÇÃO AINDA
É UMA AMEAÇA

Embora o aumento do número de individuos seja significativo, a arara-azul ainda é uma especie considerada ameacada de extinção em razão da baixa taxa de natalidade, da falta de cavidades para reprodução, da destruição do habitat natural por causa da coleta de ovos e filhotes para trafico.

A ave continua na lista de animais vulneráveis de 2003 do Ministério do Meio Ambiente. Por isso, o acompanhamento é constante.

Arara-azul-grande (Andorhynchus hyacinthinus) 
© naturepl.com / Staffan Widstrand / WWF
Arara-azul-grande (Andorhynchus hyacinthinus)
© naturepl.com / Staffan Widstrand / WWF
A presença da arara-azul é um importante indicador de saúde ambiental. A conservação do Pantanal passa pela sua proteção.

Contudo, essa bela ave que encanta a todos com sua cor vibrante e som alegre e barulhento  vem sofrendo com a  destruição dos habitas e com a captura ilegal para tráfico de animais silvestres e quase desapareceu das matas brasileiras.
 
Mas no Mato Grosso do Sul, as aves têm um aliado importante na luta pela sua preservação: o Projeto Arara Azul. Criado pela biologa Neiva Guedes para salvar a espécie de extinção, o projeto teve o apoio do WWF-Brasil durante 10 anos (1998/2008).

O trabalho dos pesquisadores envolve:
  • monitoramento, recuperação e manejo dos ninhos naturais e artificiais
  • instalação de ninhos artificiais
  • observação do período de reprodução das aves e seus resultados
  • acompanhamento dos filhotes, com pesagem e coleta de sangue para exames laboratoriais e identificação genética
  • ações de educação ambiental, com palestras nas escolas da região
  • atividades com as crianças e visitantes à sede do Projeto Arara Azul
Entre 1998 e 2008, década em que o WWF-Brasil apoiou o Instituto Arara-Azul, pesquisadores do instituto instalaram 182 ninhos artificiais e monitora um total de 367 ninhos cadastrados em 54 fazendas, localizadas no Pantanal de Aquidauana, de Miranda, de Rio Negro, do Abobral, da Nhecolandia e do Nabileque.

O resultado é que desde 1999, o número de araras-azuis subiu de 1.500 para 5.000 no Pantanal.
Arara-azul-grande (Andorhynchus hyacinthinus) 
© Staffan Widstrand / WWF
Arara-azul-grande (Andorhynchus hyacinthinus)
© Staffan Widstrand / WWF
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